terça-feira, 17 de janeiro de 2017

Licença Maternidade X Mãe


Hoje resolvi falar um pouquinho sobre esse beneficio/"privilégio" concebido à mulheres que se tornam mães: Licença Maternidade. Para aquelas  que trabalham e estão com seus tributos pagos em dia a licença maternidade pode variar de 4 a 6 meses (remuneradas) dependendo da política da empresa.

Lembro que a primeira vez que usufrui desse benefício eu trabalhava na prefeitura e tinha direito a 4 meses o qual juntei com minhas férias vencidas o que me totalizou em 7 meses de "licença maternidade". Tempo esse que ainda considerei pouco visto que as campanhas de amamentação deixam claro que o bebê precisa de no MÍNIMO 6 meses de aleitamento materno EXCLUSIVO! Tá certo que não são todas as mães que conseguem ter sucesso aleitamento materno. Até porque ninguém comunica o quanto esse processo pode ser difícil e dolorido. Nem sempre o bebê e a mãe conseguem acertar a "pegada" e aff como dói! Na época eu consegui amamentar por somente 3 meses, depois fui orientada a complementar com a fórmula, aí minha produção também foi diminuindo e quando voltei a trabalhar dentro de algumas semanas ela já não queria mais aceitar o peito e ficou na mamadeira.

Agora com o nascimento do Dante, tive a "sorte"de estar trabalhando no porto (estadual) de ter o direito a 6 meses de licença maternidade, onde vou emendar com mais um mês de férias e três de licença prêmio, dando um total de 10 meses de "licença maternidade". Um "luxo" de dar inveja para qualquer mamãe que trabalha fora. Pois não são todas que conseguem... conheço várias que mesmo conseguindo amamentar sem problemas se vê obrigada a deixar seus bebês com parentes, babá ou creche para poderem trabalhar e buscar o sustento da família muitas vezes com 3 meses ou até menos!

O processo de aleitamento está bem melhor do que na minha primeira experiência. Tive aquela semanada de terror dos primeiros dias, mas com a ajuda da tecnologia e de muitos videos no youtube conseguimos superar e meu Dante agora mama que é uma beleza, meus peitos não doem mais e eu tenho bastante leite. Espero conseguir amamentá-lo o máximo possível.


Lembro do quanto eu fantasiei pensando no "tempo livre" que eu teria durante a "licença maternidade"- kkkkkkk - Imaginei que em pouco tempo poderia voltar aos treinos e entrar em forma novamente, "tempo livre" é tudo o que não existe durante esse período. É um tempo que precisamos ficar a disposição 24 horas  do nosso bebê. LITERALMENTE 24 HORAS! Não existe tempo livre para quem se dispõe a amamentar a livre demanda. O máximo que você conseguirá com sorte é um espaço de 1 hora e meia ou 2 horas  onde poderá escolher entre "tomar banho, se exercitar, comer, dormir ou limpar a casa". Não estou exagerando, quem tem bebê em casa e cuida dele sabe bem como é verdade.

Com muito sacrifício e planejamento eu tenho voltado a correr/caminhar, geralmente passo um tempão amamentando antes de sair... aí deixo o bebê com o papai  de preferência dormindo e sempre que eu volto o bebê já está impaciente e com fome de peito rs. Sem falar que conciliar o cansaço de incorporar esses pequenos treinos com as noites mal dormidas e depois de passar o dia inteiro se desdobrando cuidando das coisas da casa e do bebê que só quer colo e peito qualquer caminhadinha diante disso tudo se torna uma verdadeira "maratona" o que reflete nas dores espalhadas pelo corpo... costas, joelhos, braços... eu tenho sentido bastante esses efeitos

Nós reclamamos muito que esse é um direito importantíssimo não só para as "mães" mas para todo o contexto familiar e mesmo assim sabemos que ainda não é o suficiente. Durante uma breve pesquisa no Google encontrei algumas curiosidades sobre a licença maternidade em outros países, seguem elas:

Benefício da licença-maternidade em outros países
 (www.guiatrabalhista.com.br)

* Austrália: licença de 52 (cinqüenta e duas) semanas não remuneradas, ou seja, 1 (um) ano;

* Argentina: licença de 3 meses (90 dias) remunerada pelo governo e 3 meses (90 dias) opcionais sem remuneração;

* China: licença de 3 meses (90 dias) não remunerada;

* Cuba: 18 semanas (126 dias) de licença pagas pelo governo;

* Espanha: licença de 16 semanas (112 dias) paga pelo governo;

*Estados Unidos: licença de até 12 semanas (84 dias) paga pelo governo;

* França: 3 meses (90 dias) de licença em caso de parto normal e 4 meses (120 dias) em caso de cesariana. Os custos são pagos pelo governo; 


*Índia: para o setor privado, não há previsão legal específica e a licença varia de acordo com a empresa. Funcionários públicos têm direito a 4 meses e meio (135 dias);

*Itália: 5 cinco meses (150 dias) de licença. O governo paga 80% do salário;

*Japão: licença de até 14 semanas (98 dias). Dependendo da empresa, 60% da remuneração é coberta por seguradoras ou governo;

*Portugal: 4 meses (120 dias) de licença remunerada pelo governo;

*Uruguai: licença de 12 (84 dias) semanas paga pelo governo.


Tem lugares que essa questão de licença maternidade não é sequer discutida pois para uma sociedade machista só o fato da mulher estar trabalhando já é considerado um "privilégio", onde dar semanas de "folga" quando um filho nasce está totalmente fora de cogitação.


Aqui as mulheres continuam sendo julgadas, sendo elas optando por largar o emprego para se dedicar aos filhos, sendo as que precisam voltar a trabalhar e deixam suas crias aos cuidados de terceiros. A mãe sempre carregará a "culpa" de não estar fazendo o melhor que considera suficiente e ainda ter que lidar com os palpites de gente mais velha e também de jovens que se acham experientes o suficiente para te esfregar na cara tudo aquilo que eles acham que você está fazendo de errado.


Dizem que "ser mãe é padecer no paraíso"... as vezes eu acho que ser mãe é apenas padecer mesmo, eles botam esse "paraíso" apenas para não assustar as mulheres e senão a humanidade certamente não duraria muito. Dessa forma acreditamos que exista realmente a parte do "paraíso" na maternidade, pra mim é quando o bebê dorme por mais de 4 horas seguidas e então pode aproveitar para pentear os cabelos e escovar os dentes e se lembrar de que você ainda é um ser humano "normal" e que precisa tomar um banho também...  quando o bebê acorda e dá aquele sorriso banguela  ao te ver ou quando finalmente faz cocô depois de ficar dois dias sem fazer, são pequenas bobagens que só quem realmente está padecendo de cansaço, dor,  é capaz de valorizar e transformar em "paraíso".


A essas horas alguém que está lendo já deve tá pensando "nossa reclama mas taí com tempo pra ficar na internet escrevendo no blog", kkkkkk realmente, sou muito F*%@!, pois consigo cuidar do bebê, lavar tapetes, escrever no blog e ainda preparo almoço ao tudo ao mesmo tempo. Só tendo os super poderes de mãe pra conseguir fazer tudo isso com o bebê no colo (graças ao sling). Desde o começo dessa postagem o Dante já mamou, ficou no sling, dormiu e agora está despertando com resmungos e soltando vários peidinhos fofos. Agora olhei e ele está todo lindinho me olhando quietinho (por pouco tempo).

Então vou finalizando por aqui, deixo o meu abraço carinhoso a todas as mamães que já passaram ou estão passando por esse momento sublime "padecendo no paraíso". E aos demais leitores sugiro que sejam mais pacientes e participativos com suas mães/parceiras/amigas/mulheres em geral que acabaram de ganhar nenê. O que mais precisamos é de carinho e compreensão. As vezes só o fato de alguém se dispor em ouvir um desabafo sem julgamentos já faz uma grande diferença na vida da gente!!

Abraços!!!!

Um comentário:

Lê Ferrera disse...

Adorei Prix!!!!
👏👏👏👏 Muito bom o texto, tudo verdade kkkk bjo pra ti e pro Dante lindo 😘